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FX.co ★ Wall Street responde ao apelo do presidente

Wall Street responde ao apelo do presidente

Onde há fumaça, há fogo.No início da segunda semana de abril, um boato sobre um possível adiamento de 90 dias nas tarifas dos EUA começou a circular nas redes sociais, impulsionando temporariamente os mercados. No entanto, os preços logo retornaram aos níveis anteriores quando a notícia foi desmentida. Ainda assim, o episódio levantou suspeitas: alguém parecia ter acesso antecipado a informações confidenciais.

A confirmação veio apenas dois dias depois, quando o próprio Donald Trump anunciou oficialmente a suspensão das tarifas — transformando aquele "ensaio" especulativo em um momento de glória para os touros do S&P 500.

O índice amplo de ações disparou 9,5%, registrando seu melhor desempenho percentual desde a crise financeira de 2008. A capitalização de mercado saltou em um recorde de US$ 5,1 trilhões, com as ações de tecnologia — até então entre as mais penalizadas — liderando a recuperação após as notícias vindas da Casa Branca.

Desempenho diário do S&P 500

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Outro recorde foi quebrado pelo índice de volatilidade VIX, que registrou a maior queda diária de sua história. Não é exatamente uma surpresa: raramente o medo cede espaço à ganância de forma tão abrupta. O receio de ficar de fora da recuperação — o famoso FOMO — impulsionou o S&P 500 como um foguete.

Um exemplo emblemático dessa mudança de humor veio do Goldman Sachs. O banco inicialmente elevou a probabilidade de uma recessão nos EUA nos próximos 12 meses para 65%, mas recuou após o anúncio da suspensão das tarifas por 90 dias, feito pela Casa Branca. A instituição voltou ao seu cenário-base: nenhuma recessão à vista.

Como brincam alguns analistas, "o mercado de ações previu nove das últimas cinco recessões". De fato, uma queda acentuada no S&P 500 costuma antecipar uma contração econômica — como ocorreu em 2008 e 2020. No entanto, há exceções notáveis, como durante a crise da dívida da Rússia em 1998, quando o índice despencou sem que o PIB sofresse uma retração significativa.

Participação das ações nos ativos domésticos dos EUA

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Ainda assim, a conexão entre o S&P 500 e a economia real é inegável. Hoje, a participação das ações nos ativos das famílias americanas atingiu um recorde de 36%. Quando o mercado sobe, o otimismo cresce, impulsionando os gastos dos consumidores — e o contrário também é verdadeiro. Como o consumo tem impacto direto sobre o PIB, um mercado em queda pode facilmente se refletir em uma desaceleração econômica.

Por isso, se o índice de ações mais amplo dos EUA não se recuperar, um enfraquecimento do PIB parece quase inevitável.

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Na realidade, a guerra comercial está longe de ter acabado. A tarifa universal de 10% continua em vigor, a China ainda enfrenta uma carga tarifária de impressionantes 125%, e não há garantia de que as negociações com outros países resultarão em acordos concretos. Alguns podem até se comprometer com termos que jamais pretendem cumprir — como a própria China fez entre 2018 e 2019. A incerteza permanece, e a rápida alta do S&P 500 ainda pode se revelar um rali de tolos.

Perspectiva técnica

No gráfico diário, formou-se uma barra de corpo largo. As posições de compra abertas durante a queda até o suporte em 4.910 mostraram-se uma decisão acertada. No entanto, uma queda abaixo de 5.405 — ou uma rejeição nos níveis de resistência em 5.500 ou 5.600 — deve ser interpretada como um sinal para realizar lucros e considerar a transição para posições de venda.

*The market analysis posted here is meant to increase your awareness, but not to give instructions to make a trade
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