Durante a sessão europeia na quinta-feira, o iene japonês manteve a estabilidade, permitindo que o par USD/JPY se mantivesse acima do nível-chave de 143,00, em meio a uma alta moderada do dólar americano.
Os investidores demonstram confiança de que o Banco do Japão continuará elevando as taxas de juros em resposta à inflação persistente, que vem corroendo os salários reais no país pelo quarto mês consecutivo. Esses fatores, somados às incertezas comerciais e ao aumento dos riscos geopolíticos, estão limitando quedas mais acentuadas para o iene — tradicional moeda de refúgio do Extremo Oriente.
Ao mesmo tempo, as expectativas de uma postura mais agressiva (hawkish) do Banco do Japão contrastam com as projeções para o Federal Reserve, que, diante dos dados econômicos fracos divulgados ontem nos EUA, tende a iniciar cortes de juros em 2025. Esse cenário limita o potencial de valorização do dólar americano, sustentando o iene de baixo rendimento e exigindo cautela dos compradores no par USD/JPY.
Os traders devem acompanhar atentamente as próximas negociações entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, bem como a divulgação do relatório de empregos (Payroll) dos EUA na sexta-feira — eventos com potencial de influenciar significativamente a dinâmica do par USD/JPY no curto prazo.
Sob a ótica técnica, no gráfico de 4 horas, a queda noturna em direção à média móvel simples (SMA) de 100 períodos e o subsequente recuo dos preços favorecem os vendedores. Além disso, os osciladores permanecem em território negativo em todos os intervalos de tempo, sugerindo espaço para novas quedas. Assim, qualquer movimento ascendente pode ser interpretado como uma oportunidade de venda na região de 143,70 ou na SMA de 50 períodos, com os ganhos provavelmente limitados pela resistência psicológica em 144,00. No entanto, um rompimento sustentado acima desse nível abriria espaço para uma alta mais expressiva, desencadeando cobertura de posições vendidas e permitindo que os compradores visem o patamar psicológico de 145,00.
Por outro lado, o suporte imediato se encontra em 142,40, seguido por 142,10 ou pela mínima da semana passada. Um rompimento decisivo abaixo deste último nível deixaria o par vulnerável a uma nova perna de baixa.