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FX.co ★ As boas notícias já estão precificadas?

As boas notícias já estão precificadas?

Não faz muito tempo, uma única publicação de Donald Trump nas redes sociais era suficiente para agitar Wall Street. Agora, ele ameaça demitir o presidente do Federal Reserve e remover a barreira que protege os mercados dos EUA e do mundo. No entanto, os índices acionários parecem ignorar os rumores sobre a possível saída de Jerome Powell. Por quê? Estaria o mercado apenas em ritmo de verão? Receio que seja mais do que isso. O S&P 500 está a agir de forma racional. Já se habituou às excentricidades do ex-presidente e às suas mudanças bruscas de postura. Por mais sérias que pareçam as ameaças, a volatilidade continua a diminuir. O medo desapareceu do mercado.

Tendências da volatilidade das acções e obrigações dos EUA

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A resiliência do índice amplo de ações é admirável, mas isso tem dois lados. Os investidores podem começar a se preocupar com o fato de que, apesar de um início promissor da temporada de resultados e de um consumidor norte-americano surpreendentemente robusto, o S&P 500 não está a ganhar força. Em vez disso, avança aos poucos. Será que as boas notícias já foram incorporadas aos preços? Se for esse o caso, o alerta do Bank of America sobre uma possível bolha pode fazer sentido.

O banco aponta uma mudança significativa nos fluxos de capital. Em 2024, os fundos focados em ações dos EUA absorveram 72% dos fluxos globais. Em 2025, essa participação caiu para menos da metade. Os fluxos de entrada de capital estrangeiro diminuíram de 34 mil milhões de dólares em janeiro para apenas 2 mil milhões nos últimos três meses. Não é de surpreender, portanto, que o S&P 500 esteja a ter um desempenho inferior ao do índice global de ações.

Desempenho do S&P 500 e do índice global de acções

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A rotação setorial desempenha um papel fundamental. O mercado dos EUA continua a ser liderado pelos Sete Magníficos. Os analistas de Wall Street esperam que essas empresas registrem um aumento de 14% nos lucros do segundo trimestre, superando com folga a projeção de crescimento de apenas 3% para os outros 493 componentes do S&P 500. No entanto, mesmo dentro desse grupo, já se observam divisões.

Tesla e Apple estão entre as mais atrasadas. Esta última parece estar à margem, enquanto as demais avançam em alta velocidade na autoestrada da inteligência artificial. NVIDIA, Microsoft e Meta estão a investir agressivamente no desenvolvimento de tecnologias de IA. São essas empresas que atualmente puxam o índice geral de ações para cima como uma verdadeira locomotiva de crescimento.

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O S&P 500 também encontra apoio nos comentários moderados de Christopher Waller, membro do FOMC, que sinalizou a possibilidade de um reinício do ciclo de flexibilização monetária do Fed num futuro próximo. Outro fator relevante foi uma reportagem exclusiva do Wall Street Journal: o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, teria instado Donald Trump a não demitir Jerome Powell. Segundo ele, tal medida poderia desestabilizar os mercados e ainda enfrentaria entraves legais. Além disso, por que pressionar o Fed a cortar juros se a instituição já prevê dois cortes em 2025?

Do ponto de vista técnico, os touros enfrentam resistência no gráfico diário do S&P 500. Uma queda abaixo do valor justo, em 6.260 pontos, pode desencadear uma realização de lucros e até uma reversão de tendência. Até que isso ocorra, manter posições compradas continua a fazer sentido.

*The market analysis posted here is meant to increase your awareness, but not to give instructions to make a trade
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