No meu artigo anterior, perguntei: como é possível que, em um país que se vê como líder mundial em praticamente todas as áreas, o presidente insulte e critique abertamente o chefe do banco central — justamente a pessoa que ele próprio nomeou há oito anos? No entanto, a cada dia que passa, a situação nos Estados Unidos torna-se mais tensa e, ao mesmo tempo, mais intrigante.
Na terça-feira, um senador republicano (o que é relevante) publicou em sua conta na rede X (antigo Twitter) uma carta supostamente escrita por Jerome Powell, na qual ele anunciaria sua renúncia. Poucas horas depois, ficou claro que Powell não havia escrito a carta — o conteúdo havia sido gerado por inteligência artificial. Algumas horas mais tarde, a publicação foi apagada, e a equipe do senador se recusou a comentar o ocorrido. Apenas uma pequena história para animar o dia dos leitores.
Enquanto isso, Donald Trump anunciou a assinatura de um acordo comercial com o Japão, segundo o qual as importações japonesas seriam taxadas em 15%, e o Japão se comprometeria a investir 550 bilhões de dólares na economia norte-americana. "Acabo de assinar o maior acordo comercial da história dos Estados Unidos; acredito que este possa ser o maior acordo já feito com o Japão. Trabalhamos duro e por muito tempo nisso. E é um excelente acordo para todos", declarou o chefe da Casa Branca.
Pelo acordo, as exportações norte-americanas para o Japão também estarão sujeitas a tarifas de 15%, e os Estados Unidos ficarão com 90% dos lucros gerados pelos investimentos japoneses. O Japão informou que os 550 bilhões de dólares em investimentos serão disponibilizados às empresas japonesas pelo governo, sob a forma de participações societárias e empréstimos, com o objetivo de apoiar os setores farmacêutico e tecnológico. Tóquio não está entusiasmada com o acordo com os EUA, mas reconhece que não havia outra alternativa. O primeiro-ministro Shigeru Ishiba declarou que o governo analisaria cuidadosamente o conteúdo do acordo — embora, uma vez assinado, pouco reste a ser revisto.
Vale destacar que a procura por dólares norte-americanos não aumentou após a assinatura do acordo com o Japão. O mercado continua cético em relação a todos os acordos comerciais firmados pela Casa Branca que, aliás, têm sido bastante escassos.
Perspectiva de onda para o EUR/USD:
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o instrumento continua formando um segmento de tendência de alta. O padrão de ondas ainda está fortemente influenciado pelo noticiário envolvendo as decisões de Trump e a política externa dos EUA — e, até o momento, não houve mudanças positivas nesse cenário. Os alvos da tendência podem se estender até a região de 1,25. Assim, continuo identificando oportunidades de compra, com metas em torno de 1,1875 (correspondente ao nível de 161,8% de Fibonacci) e superiores. A tentativa fracassada de romper abaixo do nível de 1,1572 (100,0% de Fibonacci) indica que o mercado está preparado para novas compras de EUR/USD.
Perspectiva de onda para o GBP/USD:
O padrão de ondas para o GBP/USD permanece inalterado. Estamos diante de um segmento de tendência impulsiva e de alta. Sob o governo Trump, os mercados podem enfrentar muitos outros choques e reversões, o que pode impactar significativamente esse padrão. No entanto, por ora, o cenário principal segue intacto. O atual segmento de alta tem como alvo o nível de 1,4017, que corresponde a 261,8% de Fibonacci da suposta onda global 2. No momento, uma estrutura corretiva está se formando. Segundo a teoria clássica, essa correção deveria ser composta por três ondas — embora o mercado possa se contentar com apenas uma.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas das ondas devem ser simples e compreensíveis. Padrões complexos são difíceis de interpretar e geralmente estão sujeitos a revisões.
- Se não houver confiança na situação do mercado, é melhor ficar de fora.
- Nunca se pode ter 100% de certeza quanto à direção do movimento do mercado. Não se esqueça de usar ordens de proteção Stop Loss.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.