A União Europeia acabou por ceder terreno a Donald Trump. No entanto, chamá-lo de "compromisso" seria impreciso, já que é Bruxelas — e não Washington — quem está, em grande parte, fazendo concessões. Ainda assim, relatos na imprensa indicam que a nova rodada de negociações aproximou as partes da assinatura de um acordo. Mas que tipo de acordo seria esse?
Como de costume, os mercados não receberam todos os detalhes. Os negociadores apenas revelaram que uma tarifa única de 15% poderá ser aplicada a todas as importações provenientes da União Europeia, com exceção das tarifas específicas por setor. Vale lembrar que Donald Trump não se limitou a aplicar tarifas contra países individualmente. Ele também impôs taxas sobre setores inteiros e grupos de produtos. Por exemplo, os EUA aplicam uma tarifa de 50% sobre as importações de aço e alumínio de qualquer país e uma de 25% sobre automóveis. A partir de 1.º de agosto, Trump pretende introduzir tarifas sobre o cobre (50%) e sobre produtos farmacêuticos (200%). Na minha visão, essa lista não deve parar por aí — o próprio Trump já anunciou planos para impor tarifas individualizadas a todos os países do mundo.
Mesmo um possível acordo com a UE (que ainda não foi assinado nem oficialmente acordado) não pode ser interpretado como uma redução das tensões na guerra comercial global. Trump pretende continuar pressionando todos os países, o que significa que as tarifas totais e médias de importação dos EUA provavelmente continuarão a subir. Enquanto isso, a UE busca estabelecer uma tarifa uniforme para todas as suas exportações aos Estados Unidos, com o objetivo de reduzir as taxas aplicadas sobre aço, cobre, alumínio, automóveis e produtos farmacêuticos. Os demais termos do acordo são considerados detalhes menores — e ainda não está claro se Trump aceitará qualquer tipo de concessão.
Também é importante destacar que, se as partes não assinarem o acordo até 1.º de agosto, todas as importações provenientes da União Europeia estarão sujeitas a uma tarifa de 30%. Em resposta, Bruxelas está preparada para impor tarifas equivalentes sobre bens avaliados em mais de 100 mil milhões de dólares. Acredito que um acordo seja possível, mas apenas se a União Europeia continuar a ceder à pressão — e os relatos mais recentes indicam que é exatamente isso que está acontecendo.
Vale ressaltar, ainda, que nem o acordo comercial com o Japão, nem os avanços nas negociações entre os EUA e a União Europeia tiveram impacto positivo sobre a taxa de câmbio do dólar norte-americano. O mercado continua altamente cético em relação à política comercial de Donald Trump.
Estrutura de Ondas do EUR/USD: Com base na análise do par EUR/USD, concluo que o instrumento segue formando um segmento de tendência de alta. O padrão de ondas continua totalmente dependente do contexto noticioso relacionado às decisões de Trump e à política externa dos EUA — sem nenhum avanço positivo até o momento. Os objetivos da tendência podem se estender até a região de 1,25.
Por isso, sigo considerando oportunidades de compra, com alvos em torno de 1,1875 (nível de 161,8% de Fibonacci) e superiores. A tentativa fracassada de romper o suporte em 1,1572, que corresponde a 100,0% de Fibonacci, indica que o mercado está disposto a continuar acumulando posições compradas. A esperada onda 4 pode assumir uma estrutura corretiva composta por três sub-ondas.
Estrutura de Ondas do GBP/USD: O padrão de onda para o GBP/USD permanece inalterado. Estamos observando a formação de um segmento de tendência ascendente e impulsivo. Sob o governo de Donald Trump, os mercados podem enfrentar vários choques e reversões que podem afetar de forma significativa o quadro da onda, mas, por enquanto, o cenário de trabalho permanece intacto. Os alvos da tendência de alta estão agora localizados perto de 1,4017, o que corresponde a 261,8% de Fibonacci da presumida onda global 2. Uma sequência de ondas corretivas dentro da onda 4 está se desenvolvendo atualmente. Tradicionalmente, ela deve consistir em três ondas, embora o mercado possa limitá-la a uma.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas das ondas devem ser simples e claras. Estruturas complexas são difíceis de interpretar e geralmente levam a mudanças.
- Se não houver confiança na situação do mercado, é melhor ficar de fora.
- Nunca é possível ter certeza absoluta sobre a direção do movimento. Sempre use ordens de proteção Stop Loss.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.