Aqui estamos nós, finalmente voltando a falar sobre o dólar e os Estados Unidos. Vamos começar pelos eventos mais importantes: a reunião da Reserva Federal. Embora ninguém espere que o banco central dos EUA reduza as taxas de juro neste momento, o mercado ainda considera possível a realização de dois cortes na segunda metade do ano. Nesse contexto, o discurso de Jerome Powell será extremamente relevante, pois poderá sinalizar uma disposição para retomar o ciclo de flexibilização no outono. Caso Powell insinue abertamente esse cenário, a demanda pelo dólar norte-americano pode voltar a cair — já na noite de quarta-feira.
A demanda pela moeda dos EUA vem diminuindo ao longo de 2025, mesmo com o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra já em processo de cortes. Se o Fed demonstrar disposição para seguir o mesmo caminho, isso poderá sair caro para o dólar.
1º de agosto: Donald Trump deve anunciar o aumento de tarifas sobre mais de duas dezenas de países e impor taxas sobre todas as importações de cobre, produtos farmacêuticos e semicondutores. É verdade que o presidente ainda pode mudar de ideia na última hora, mas, desta vez, suas palavras parecem prestes a se tornar ações. Se isso se confirmar, uma verdadeira tempestade poderá se formar já na sexta-feira — o mesmo dia em que serão divulgados os relatórios sobre o mercado de trabalho e a taxa de desemprego dos EUA.
Essas novas tarifas indicarão que a guerra comercial global continua a se intensificar. Trump já assinou quatro acordos comerciais, e esse número pode chegar a seis ou sete até o fim da próxima semana. No entanto, com as novas tarifas, a Casa Branca agora pretende tributar praticamente todos os países e setores da produção industrial. Diante disso, nem o dólar — nem eu — vemos motivos para comemorar esses acordos comerciais, ofuscados pelas tarifas abrangentes.
Mercado de trabalho e taxa de desemprego: Esses relatórios são relevantes por si só. Além deles, outros dados importantes também serão divulgados, como os indicadores ADP e ISM. No entanto, o foco recai sobre os principais: a taxa de desemprego pode subir para 4,2%, enquanto a criação de empregos no setor não agrícola (NFP) pode cair para 102 mil. São números fracos, mesmo em comparação com o mês anterior. Se forem confirmados, o mercado terá mais um motivo para iniciar a formação de ondas corretivas nos dois instrumentos. Na minha avaliação, a próxima semana representa um risco real para a moeda norte-americana.
Padrão de onda doEUR/USD:
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o instrumento continua formando um segmento de tendência ascendente. A estrutura de ondas permanece fortemente condicionada ao contexto noticioso, especialmente às decisões de Donald Trump e à política externa dos EUA, que, até o momento, não apresenta sinais positivos. Os alvos desse movimento podem se estender até a região de 1,25. Assim, sigo considerando posições longas, com metas próximas a 1,1875 (nível correspondente a 161,8% de Fibonacci) e superiores. A tentativa frustrada de rompimento do nível de 1,1572 (100,0% de Fibonacci) sugere que o mercado está pronto para retomar as compras. A possível onda 4 tende a assumir uma estrutura corretiva em três movimentos.
Padrão de onda do GBP/USD:
A estrutura de ondas para o GBP/USD permanece inalterada. O par segue desenvolvendo um segmento impulsivo de alta. Sob a presidência de Trump, os mercados ainda podem enfrentar choques e reversões significativas, o que pode afetar a formação das ondas. No entanto, por ora, o cenário principal segue válido. Os alvos para a tendência de alta estão agora em torno de 1,4017 — nível que corresponde a 261,8% de Fibonacci da onda global 2 presumida. Atualmente, observa-se a formação de uma sequência corretiva dentro da onda 4. Em termos clássicos, essa correção tende a ocorrer em três movimentos, mas o mercado pode limitá-la a apenas um.
Princípios essenciais da minha análise:
- As estruturas de ondas devem ser simples e claras. Estruturas complexas são difíceis de negociar e frequentemente sujeitas a alterações.
- Se não houver confiança na situação do mercado, é melhor ficar fora.
- Nunca há 100% de certeza sobre a direção do mercado. Não se esqueça de usar ordens Stop Loss de proteção.
- A análise de ondas pode ser combinada com outras formas de análise e estratégias de negociação.