Até o fim da sessão de ontem, os índices de Wall Street fecharam em alta: S&P 500 (+0,41%), Nasdaq 100 (+0,44%) e Dow Jones (+0,30%).
Na Ásia, as ações de tecnologia avançaram em antecipação aos resultados da Nvidia, com investidores atentos às projeções de demanda por chips para avaliar a força do rali global iniciado em abril. O tema da inteligência artificial segue no centro das atenções: a chinesa Cambricon Technologies disparou 10% após reportar lucros recordes, enquanto a Nikon saltou 21% após a EssilorLuxottica ampliar sua participação. Como resultado, o índice asiático de tecnologia subiu 0,7%. Futuros dos EUA e da Europa também avançaram, à espera do relatório da Nvidia, divulgado após o fechamento dos mercados.
O dólar ganhou 0,2%, recuperando as perdas de terça-feira após a tentativa do presidente Donald Trump de remover a diretora do Federal Reserve, Lisa Cook. O ouro recuou 0,6%, enquanto os Treasuries se estabilizaram após a forte pressão sobre os papéis de longo prazo dos EUA, França e Reino Unido no início da semana. Já o petróleo permaneceu estável, mesmo com a entrada em vigor das novas tarifas dos EUA sobre a Índia.
Embora a medida de Trump tenha dominado as manchetes, os traders agora aguardam eventos-chave ainda nesta semana, como o balanço da Nvidia e os dados de inflação e PIB dos EUA, previstos para sexta-feira. Apesar das turbulências políticas, o mercado mantém um viés otimista, sustentado pela expectativa de corte de juros em setembro, pelo crescimento econômico consistente e pelos resultados corporativos sólidos, que continuam a apoiar o apetite por risco.
Esse otimismo, no entanto, é moderado por riscos persistentes. A inflação, embora em desaceleração, ainda preocupa, enquanto tensões comerciais e geopolíticas adicionam incerteza ao cenário global. Nesse contexto, investidores buscam equilibrar riscos e oportunidades na composição de portfólios.
As políticas dos bancos centrais, especialmente as decisões do Federal Reserve, permanecem como fator determinante para a dinâmica futura dos mercados. Uma postura mais acomodatícia pode estimular fluxos de capital para ações e outros ativos de risco.
Hoje, o foco se volta para o balanço da Nvidia, considerado decisivo para medir a sustentação do rali atual. A expectativa é de números robustos, refletindo os fortes investimentos em inteligência artificial, apesar das restrições impostas pela disputa tecnológica entre EUA e China. Analistas projetam crescimento superior a 50% nas vendas da companhia neste ano, impulsionado pela demanda de grandes compradores de hardware de IA. Ainda assim, persiste a incerteza sobre até que ponto a empresa conseguirá preservar sua presença no mercado chinês.
Quanto ao quadro técnico do S&P 500, a principal tarefa dos compradores hoje será romper a resistência mais próxima em 6.473 pontos. Isso ajudaria a impulsionar novos ganhos e abriria caminho para um rali até o próximo nível em 6.490 pontos. Não menos importante para os touros será manter o controle acima de 6.505 pontos, o que reforçaria a posição dos compradores.
No caso de um movimento de baixa em meio ao enfraquecimento do apetite por risco, os compradores precisarão se afirmar na região de 6.457 pontos. Uma quebra abaixo desse nível empurraria rapidamente o índice de volta para 6.441 pontos e abriria caminho para 6.428 pontos.